
A Mandala como Espelho da Alma: Uma contribuição brasileira à exposição Proyecto Myaló.
Com profunda honra e sensibilidade apresento duas mandalas que criei especialmente para primeira edição do Proyecto Myaló em 10 de outubro de 2022, no Museo de Arte Efímero de la Orotava (Tenerife Espanha) e no Madrid Joya. Um projeto dedicado a iluminar e desmistificar a saúde mental.
Inspirado pela revolucionária abordagem Dr. Carl Gustav Jung e seus métodos de tratamento, busquei traduzir em formas e cores a jornada intrínseca da psique em busca de equilíbrio e cura.
As mandalas, para além de sua beleza estética carregam um significado ancestral e universal. Para Dr. Jung elas representavam o centro da personalidade, um arquétipo fundamental que emerge em momentos de introspecção e busca por totalidade.
A criação e a contemplação de mandalas eram para ele, ferramentas poderosas no processo terapêutico capazes de trazer à consciência conteúdos do inconsciente e facilitar a individualização, o caminho para integração dos diversos aspectos do SER.
Nesse sentido, as duas mandalas que concebi para o Proyecto Myaló não são meros adornos, mas sim representações visuais de processos internos complexos. Cada elemento, cada cor, cada padrão geométrico foi cuidadosamente escolhido para evocar sentimentos, reflexões e insights.
Uma das mandalas, talvez explore a busca pela ordem interna em meios ao caos, refletindo os momentos de desorientação e angústia que podem acompanhar os desafios da saúde mental. Seus padrões podem apresentar uma tensão inicial que gradualmente se resolve em um centro mais harmonioso, simbolizando o potencial de cura e reorganização da psique.
A outra mandala pode focar na integração de diferentes aspectos da personalidade, representando a jornada de aceitação e acolhimento de todas as nossas partes, inclusive aquelas que consideramos sombrias ou reprimidas. As cores e formas podem se entrelaçar de madeira fluída, sugerindo interconexão e a importância da totalidade para a saúde metal.
Criar joias imersa nos conceitos junguianos e com a profunda intenção de contribuir para um diálogo mais aberto e compreensivo sobre a saúde mental, foi uma experiência enriquecedora. Acredito que a arte em suas diversas formas, tem o poder de transcender a linguagem verbal e tocar as camadas mais profundas do nosso ser.